AMO AS HORAS ESCURAS DO MEU SER...'
RAINER MARIA RILKE, in O LIVRO DE HORAS, tradução de MARIA TERESA DIAS FURTADO (Assírio & Alvim,2008)
Amo as horas escuras do meu ser
em que se aprofundam meus sentidos;
nelas, como em cartas antigas se pode ler,
encontrei meus dias já vividos
e como lenda longínqua a desaparecer.
em que se aprofundam meus sentidos;
nelas, como em cartas antigas se pode ler,
encontrei meus dias já vividos
e como lenda longínqua a desaparecer.
Delas fico a saber que tenho espaço afinal
para uma segunda vida ampla e intemporal.
E por vezes sou uma árvore ampla
que madura e murmurante, por cima de uma campa
realiza o sonho que o rapaz de outrora
(em redor do qual se apertam raízes calorosas agora)
em tristezas e cantares deitou fora.
para uma segunda vida ampla e intemporal.
E por vezes sou uma árvore ampla
que madura e murmurante, por cima de uma campa
realiza o sonho que o rapaz de outrora
(em redor do qual se apertam raízes calorosas agora)
em tristezas e cantares deitou fora.