" Eu sou vários. Há multidões em mim. Na mesa de minha alma sentam-se muitos, e eu sou todos eles. Há um velho, uma criança, um sábio, um tolo. Você nunca saberá com quem está sentado ou quanto tempo permanecerá com cada um de mim..." Nietzsche ( A Gaia Ciência )
quinta-feira, 31 de maio de 2012
segunda-feira, 28 de maio de 2012
quinta-feira, 24 de maio de 2012
Tenho cabeça, coração e me respeito. Acredito em sonhos, não em utopia. Mas quando sonho, sonho alto. Estou aqui é pra viver, cair, aprender, levantar e seguir em frente. Sou isso hoje, amanhã já me reinventei. Sou complexa, sou mistura. Me perco, me procuro e me acho. E quando necessário, enlouqueço e deixo rolar. Não me doo pela metade, não sou tua meio amiga nem teu quase amor. Ou sou tudo ou sou nada. Não suporto meio termos.
(Clarice Lispector)
domingo, 20 de maio de 2012
Vou-me embora pra Pasárgada...
Manuel Bandeira
Vou-me embora pra Pasárgada
Lá sou amigo do rei
Lá tenho a mulher que eu quero
Na cama que escolherei
Vou-me embora pra Pasárgada
Lá sou amigo do rei
Lá tenho a mulher que eu quero
Na cama que escolherei
Vou-me embora pra Pasárgada
Vou-me embora pra Pasárgada
Aqui eu não sou feliz
Lá a existência é uma aventura
De tal modo inconsequente
Que Joana a Louca de Espanha
Rainha e falsa demente
Vem a ser contraparente
Da nora que nunca tive
Aqui eu não sou feliz
Lá a existência é uma aventura
De tal modo inconsequente
Que Joana a Louca de Espanha
Rainha e falsa demente
Vem a ser contraparente
Da nora que nunca tive
E como farei ginástica
Andarei de bicicleta
Montarei em burro brabo
Subirei no pau-de-sebo
Tomarei banhos de mar!
E quando estiver cansado
Deito na beira do rio
Mando chamar a mãe-d’água
Pra me contar as histórias
Que no tempo de eu menino
Rosa vinha me contar
Vou-me embora pra Pasárgada
Andarei de bicicleta
Montarei em burro brabo
Subirei no pau-de-sebo
Tomarei banhos de mar!
E quando estiver cansado
Deito na beira do rio
Mando chamar a mãe-d’água
Pra me contar as histórias
Que no tempo de eu menino
Rosa vinha me contar
Vou-me embora pra Pasárgada
Em Pasárgada tem tudo
É outra civilização
Tem um processo seguro
De impedir a concepção
Tem telefone automático
Tem alcalóide à vontade
Tem prostitutas bonitas
Para a gente namorar
É outra civilização
Tem um processo seguro
De impedir a concepção
Tem telefone automático
Tem alcalóide à vontade
Tem prostitutas bonitas
Para a gente namorar
E quando eu estiver mais triste
Mas triste de não ter jeito
Quando de noite me der
Vontade de me matar
— Lá sou amigo do rei —
Terei a mulher que eu quero
Na cama que escolherei
Vou-me embora pra Pasárgada.
Mas triste de não ter jeito
Quando de noite me der
Vontade de me matar
— Lá sou amigo do rei —
Terei a mulher que eu quero
Na cama que escolherei
Vou-me embora pra Pasárgada.
quinta-feira, 17 de maio de 2012
terça-feira, 15 de maio de 2012
"Quando você atinge a iluminação não se torna uma nova pessoa. Na verdade, você não ganha nada, apenas perde algo: se desprende de suas correntes, de suas amarras, deixa para trás seu sofrimento. A iluminação é um processo de perda. Quando não há nada a perder, esse estado é o nirvana. Esse estado de completo silêncio pode ser chamado de iluminação."
Osho
segunda-feira, 14 de maio de 2012
domingo, 13 de maio de 2012
Numa entrevista, perguntaram para o Professor Hermógenes (escritor, professor e divulgador brasileiro de Hatha Yoga), hoje com quase 90 anos, qual o segredo para juventude.
Ele, então, respondeu que a fórmula “mágica” era: Entregar, Confiar, Aceitar e Agradecer!
Tão simples e tão difícil de executar!
Pensem nestas palavras e vejam o quão difícil é exercitá-las em nosso dia-a-dia… Vivemos tão cheios de expectativas em relação a nós mesmos e aos outros, buscando resultados a qualquer custo, querendo controlar tudo a nossa volta e, quando nos percebemos, estamos perdidos… Procuramos “remédios” fora de nós mesmos, o que muitas vezes nos causam mais sofrimentos.
Segundo o professor, é nas horas de profundo sofrimento que você alcança a metanóia ( é uma palavra grega que significa “mudar a direção da mente”).
Segue abaixo o texto do Professor Hermógenes para reflexão:
“Envolvidos por uma situação de estresse violento, de desafio alarmante, assaltados pela dor em forma de doença, pelo desemprego, desconforto, quando imersos numa crise que ultrapassa nossas esperanças de solução, é imperioso mobilizar todos nossos talentos, poderes, possibilidades, nossas reservas, para tentar uma saída, uma superação. Depois disso, se ainda nos vemos submetidos, manietados, derrotados, extenuados, vencidos, condenados… que resta fazer?
Para fazer face á situações assim, que me convencem de minha impotência, tenho aplicado, com vitória, uma estratégia que minha longa existência me fez aprender: entrego o problema ou entrego a mim mesmo, confiando na providência divina e, portanto, predisposto a aceitar o que vier como resposta, e, numa prova de amor e fé, agradeço a Deus, antecipadamente, pela resposta que Ele achar melhor, seja qual for. Entrego, confio, aceito e agradeço!
A entrega não chega a ser verdadeira se desejamos uma determinada resposta. Se nos entregarmos totalmente, de imediato a paz nos acaricia. Aí, naturalmente deixamos a batalha com Deus, que tudo pode, para que ele batalhe por nós. O alívio é imediato. Estar entregue a Deus é a mais perfeita condição de ahimsa, de brandura, de sábia imobilidade e, por isso mesmo, a mais eficaz.
Suponho que Deus, que sempre nos quer vivos, sadios, felizes, vitoriosos, se sente homenageado quando Lhe damos a chance de nos socorrer. Ele, que sempre deseja nossa fiel e incondicional confiança, aproveita a entrega e põe a nosso favor Sua onisciência, onipresença, onipotência, e é só o que nos salva. Enquanto, apavorados, estressados, nos debatemos em gestos inócuos, desesperados, imprecisos, violentos e agoniados, ele não encontra condições de assumir nossa batalha; não tem como atuar.
Ter fé em que Deus nos dará isso ou nos livrará daquilo é o que mais se vê. E achamos que agir assim é ter fé. Não é. A verdadeira fé consiste em calar para que Ele fale, em nos render ao que Ele quiser fazer de nós e por nós. Entenda este “seja feita a Vossa vontade” como wuwey, brandura, ahimsa, não-violência, saranagathi.
Se você quiser dar uma chance a Deus para que Ele ganhe a batalha, para que o salve, cure, liberte, ilumine, pacifique, o que tem a fazer é precisamente oferecer-Lhe sua quietude, sua brandura, sua não-violência. Se continuar afobado, como pode Deus atuar?”
Bons ventos lhes soprem, o que seu coração precisa para ser feliz!!!
Ele, então, respondeu que a fórmula “mágica” era: Entregar, Confiar, Aceitar e Agradecer!
Tão simples e tão difícil de executar!
Pensem nestas palavras e vejam o quão difícil é exercitá-las em nosso dia-a-dia… Vivemos tão cheios de expectativas em relação a nós mesmos e aos outros, buscando resultados a qualquer custo, querendo controlar tudo a nossa volta e, quando nos percebemos, estamos perdidos… Procuramos “remédios” fora de nós mesmos, o que muitas vezes nos causam mais sofrimentos.
Segundo o professor, é nas horas de profundo sofrimento que você alcança a metanóia ( é uma palavra grega que significa “mudar a direção da mente”).
Segue abaixo o texto do Professor Hermógenes para reflexão:
“Envolvidos por uma situação de estresse violento, de desafio alarmante, assaltados pela dor em forma de doença, pelo desemprego, desconforto, quando imersos numa crise que ultrapassa nossas esperanças de solução, é imperioso mobilizar todos nossos talentos, poderes, possibilidades, nossas reservas, para tentar uma saída, uma superação. Depois disso, se ainda nos vemos submetidos, manietados, derrotados, extenuados, vencidos, condenados… que resta fazer?
Para fazer face á situações assim, que me convencem de minha impotência, tenho aplicado, com vitória, uma estratégia que minha longa existência me fez aprender: entrego o problema ou entrego a mim mesmo, confiando na providência divina e, portanto, predisposto a aceitar o que vier como resposta, e, numa prova de amor e fé, agradeço a Deus, antecipadamente, pela resposta que Ele achar melhor, seja qual for. Entrego, confio, aceito e agradeço!
A entrega não chega a ser verdadeira se desejamos uma determinada resposta. Se nos entregarmos totalmente, de imediato a paz nos acaricia. Aí, naturalmente deixamos a batalha com Deus, que tudo pode, para que ele batalhe por nós. O alívio é imediato. Estar entregue a Deus é a mais perfeita condição de ahimsa, de brandura, de sábia imobilidade e, por isso mesmo, a mais eficaz.
Suponho que Deus, que sempre nos quer vivos, sadios, felizes, vitoriosos, se sente homenageado quando Lhe damos a chance de nos socorrer. Ele, que sempre deseja nossa fiel e incondicional confiança, aproveita a entrega e põe a nosso favor Sua onisciência, onipresença, onipotência, e é só o que nos salva. Enquanto, apavorados, estressados, nos debatemos em gestos inócuos, desesperados, imprecisos, violentos e agoniados, ele não encontra condições de assumir nossa batalha; não tem como atuar.
Ter fé em que Deus nos dará isso ou nos livrará daquilo é o que mais se vê. E achamos que agir assim é ter fé. Não é. A verdadeira fé consiste em calar para que Ele fale, em nos render ao que Ele quiser fazer de nós e por nós. Entenda este “seja feita a Vossa vontade” como wuwey, brandura, ahimsa, não-violência, saranagathi.
Se você quiser dar uma chance a Deus para que Ele ganhe a batalha, para que o salve, cure, liberte, ilumine, pacifique, o que tem a fazer é precisamente oferecer-Lhe sua quietude, sua brandura, sua não-violência. Se continuar afobado, como pode Deus atuar?”
Bons ventos lhes soprem, o que seu coração precisa para ser feliz!!!
quarta-feira, 9 de maio de 2012
quarta-feira, 2 de maio de 2012
Escrava Tua.
ESCRAVO
Que esse poeta...
essa droga de poeta
que mora em mim,
me esqueça.
Eu poderia amar
a minha amada:
ardente
completo
perto e presente.
Eis que esse poeta
caduco
imaginário
louco,
invade as minhas vontades...
me ausento.
Poderia olhar o por-do-sol
abraçado a minha amada:
eis que esse poeta
me abraça e me leva sozinho.
Eu poderia sonhar na madrugada
nos braços da minha amada:
mas ele põe o sonho em minhas mãos
e insônia na minha noite...
Eu poderia ser fiel e infinito:
eis que sou amante
das esquinas
da ventania,
sou efêmero.
Quisera minha amada
ser contigo:
sou só...
mas te levo comigo
na minha solidão.
Que esse poeta...
essa droga de poeta
que mora em mim,
me esqueça.
Eu poderia amar
a minha amada:
ardente
completo
perto e presente.
Eis que esse poeta
caduco
imaginário
louco,
invade as minhas vontades...
me ausento.
Poderia olhar o por-do-sol
abraçado a minha amada:
eis que esse poeta
me abraça e me leva sozinho.
Eu poderia sonhar na madrugada
nos braços da minha amada:
mas ele põe o sonho em minhas mãos
e insônia na minha noite...
Eu poderia ser fiel e infinito:
eis que sou amante
das esquinas
da ventania,
sou efêmero.
Quisera minha amada
ser contigo:
sou só...
mas te levo comigo
na minha solidão.
Danniel Valente
Soneto da saudade
Quando sentires a saudade retroar
Fecha os teus olhos e verás o meu sorriso.
E ternamente te direi a sussurrar:
O nosso amor a cada instante está mais vivo!
Quem sabe ainda vibrará em teus ouvidos
Uma voz macia a recitar muitos poemas...
E a te expressar que este amor em nós ungindo
Suportará toda distância sem problemas...
Quiçá, teus lábios sentirão um beijo leve
Como uma pluma a flutuar por sobre a neve,
Como uma gota de orvalho indo ao chão.
Lembrar-te-ás toda ternura que expressamos,
Sempre que juntos, a emoção que partilhamos...
Nem a distância apaga a chama da paixão.
Guimarães Rosa
Quando sentires a saudade retroar
Fecha os teus olhos e verás o meu sorriso.
E ternamente te direi a sussurrar:
O nosso amor a cada instante está mais vivo!
Quem sabe ainda vibrará em teus ouvidos
Uma voz macia a recitar muitos poemas...
E a te expressar que este amor em nós ungindo
Suportará toda distância sem problemas...
Quiçá, teus lábios sentirão um beijo leve
Como uma pluma a flutuar por sobre a neve,
Como uma gota de orvalho indo ao chão.
Lembrar-te-ás toda ternura que expressamos,
Sempre que juntos, a emoção que partilhamos...
Nem a distância apaga a chama da paixão.
Guimarães Rosa
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